sábado, 7 de setembro de 2013

O União de Santiago do Cacém procura regressar ao futebol nacional: Um patamar digno da sua história


Fundado há quase 75 anos, o União Sport Clube, de Santiago do Cacém, procura inverter o ciclo descendente que iniciou no final da época 2004/2005 com a queda nos regionais da AFSetúbal.

Após seis épocas consecutivas a disputar o campeonato distrital da 1.ª Divisão, no ano de 2011 caiu mesmo no segundo escalão do futebol setubalense. Na última temporada deu sinais de recuperação e conseguiu o título da 2.ª Divisão Distrital e a subida ao escalão principal. João Barbosa Direito, técnico que chegou há dois anos ao clube, revelou que “o União de Santiago iniciou um processo de recuperação com alguma dinâmica e organização, com uma nova direção que fez um trabalho de base a partir da 2.ª Divisão Distrital da AFSetúbal, e temos uma equipa coesa, humilde e trabalhadora”.

Mas houve necessidade de fazer essa “travessia no deserto”?
Não conheci bem esse trajeto, porque nos três anos anteriores estive no Vasco da Gama de Sines. Entretanto, nesse processo de reorganização do União fui convidado para treinador e esta será a minha segunda época no clube.

Mas existem sinais de o clube ter ultrapassado as dificuldades?
Penso que sim, tem uma direção muito dinâmica. Nos tempos que correm para se pôr um clube a funcionar isso é uma vantagem. É preciso dar alguma dinâmica e alguma responsabilidade também aos jogadores e aos treinadores, de modo a estarem na mesma sintonia da direção. O clube é um histórico nesta região e merece estar noutro lugar. Estamos a fazer tudo com tranquilidade, sabemos que se adivinha este ano um campeonato muito difícil, porque desceram muitas equipas dos nacionais, mas nós estaremos lá com vontade de sermos fortes e de nos posicionarmos num lugar cimeiro. Se tivermos ambição para sermos os primeiros será mais fácil fugirmos do fim ou do meio da tabela.

E os objetivos, mais concretamente?
Olhe, eu vou ser muito sincero. Quando me convidam para treinar um clube, proponho sempre como meta o primeiro lugar. E porquê? Porque o primeiro lugar obriga toda a organização, jogadores, treinadores e diretores a entrarem em cada jogo para ganhar. Será mais fácil jogar para ganhar, sem medo de perder, do que estar a jogar para cumprir calendário. Se uma direção trabalha arduamente para dar boas condições à equipa, então nós também temos que corresponder. E depois é a competição, e o que é a competição? São equipas em confronto num calendário vasto em que no final se vê quem é o melhor. Se formos os melhores é porque conseguimos os objetivos, se não formos é porque houve alguém melhor do que nós e só temos que respeitar.

Como caracteriza o plantel que tem à disposição?
Este ano a equipa mantém quase todos os jogadores que estiveram connosco na 2.ª Distrital, com alguns atletas que vieram comigo do Vasco da Gama. Houve cinco juniores que subiram a seniores e ficaram no clube, e é por aí que temos que começar, mas também fomos a Alcácer do Sal buscar alguns reforços com alguma qualidade. Será com este misto de juventude e alguma veterania que, ao longo do tempo, iremos passando a experiência aos mais novos, para depois podermos cimentar uma organização interna forte, que nos dê mais segurança e coesão para o futuro.

E com as excelentes condições de trabalho que o Miróbriga oferece…
As condições de trabalho são cada vez melhores, prepara-se a implantação de um sintético sobre o pelado que é alternativa ao relvado natural, e essa opção irá dar-nos melhores condições. Temos um bom relvado, muito bem tratado, um bom ginásio, um posto médico que nos dá uma boa assistência e é com essa capacidade que, se calhar, vamos conseguir os objetivos. Vamos fazer tudo por isso.

Tradicionalmente o campeonato é muito competitivo?
Sem menosprezar a qualidade de alguns campeonatos distritais, o de Setúbal, pela sua proximidade de Lisboa, tem equipas muito fortes. Este ano como desceram, pelo menos, quatro equipas dos nacionais, será uma prova muito competitiva, com um lote de históricos que farão tudo para chegar ao primeiro lugar. É difícil, já fiz três campeonatos destes pelo Vasco da Gama, conseguindo boas classificações e vencemos uma edição da Taça, e quero repetir estes êxitos com o União para que o clube se posicione num patamar condigno com a sua história.

Os adeptos estão em sintonia com o clube?
Andaram muito afastados, estavam um pouco desanimados. Quando a equipa desceu aos regionais, houve ali dois ou três anos em que se afastaram bastante. Mas é a equipa que tem que puxar os adeptos para poderem participar nos seus êxitos; se não for uma equipa bem-sucedida, ou não andar próximo do êxito, eles afastam-se. No ano passado, como fomos campeões, conseguimos reaproximar o público e os adeptos do União. Este ano faremos tudo para que isso se mantenha, com bom futebol e vitórias, oferecendo aquele espetáculo que as pessoas gostam de ver.

Plantel 2013/2014:
Guarda Redes: Paulo Freitas, Carlos Pereira e João Carradinha (ex-Alcacerense); 
Defesas: Luís Varela, Ruca, Luís Carradinha, Jorginho, Cadu (ex-Vasco da Gama), Hélder Baixinho, Sampaio (ex-Vasco da Gama), Daniel e Tito; 
Médios: João Guedes, Bruno, Daniel Direito, Paulinho, Vítor Reis (ex-Vasco da Gama) e Diogo Filipe (ex-Vasco da Gama). 
Avançados: João Batista, Idi (ex-Vasco da Gama), Caixeirinho, Aldenir, Bernardo Rosa (ex-Alcacerense) e Fábio Mateus.

Notícia retirada do Diário do Alentejo
Texto e Foto - Firmino Paixão